Drauzio Varella rememorou o polêmico abraço na detenta Suzy Oliveira, durante reportagem para o Fantástico, em 2020. Ao Alt Tabet, do Canal UOL, ele disse que não sabia na época que Suzy estava presa por estuprar e matar uma criança de 9 anos e afirmou que se sentiu mal por ter gerado desconforto na família do menino.
Varella explicou que nos 35 anos em que atende detentos em presídios, ele “nunca” abraçou um preso por entender “que não cabe esse tipo de relação entre os médicos e os pacientes encarcerados”. Entretanto, no caso de Suzy, o médico diz que o episódio foi diferente porque ele não estava lá como médico e que o abraço foi dado ao final da entrevista devido à forma como a presa olhou para ele.
Esse caso foi diferente porque estávamos fazendo uma matéria para o Fantástico, não estava lá como médico nesse momento, e essa moça estava presa, não sabia o crime que ela havia cometido […] Estávamos gravando, terminou a gravação, ela me olhou de um jeito, com uma tristeza no olhar que me comoveu naquele momento, só que o câmera não tinha desligado a câmera, isso não fazia parte da conversa, e aí aconteceu o que aconteceu [o abraço].— Drauzio Varella
Drauzio afirmou que não se chateou pelas críticas nas redes sociais, mas pela família da criança que foi exposta. “Fiquei chateado, não pelo que falaram, porque era um bando de imbecis, boçais, pessoas pelas quais não tenho o menor respeito. Fiquei chateado pela família da criança, da vítima, porque eles tiveram que passar por isso. Fiquei magoado pela família, não queria ter incluído essas pessoas numa coisa dessas”.
Em março de 2020, Drauzio Varella abraçou uma detenta ao visitar presídio em São Paulo para uma reportagem do Fantástico. A detenta havia sido presa por estuprar e matar um menino de 9 anos. Na época, a Globo e o médico se desculparam publicamente, mas a família da criança processou Drauzio e a emissora. A ação tramita no Superior Tribunal de Justiça.
Varella destacou que essas plataformas se tornaram um “lugar de trapaças” para enganar os usuários com menor nível de escolaridade. “São quadrilhas de falsários, estelionatários, que usam o meu nome para fazer negócios, para enganar os ingênuos. Eles pegam [a imagem de] uma pessoa conhecida e vendem o que a gente nem sabe o que é, e as pessoas por ingenuidade, despreparo, se deixam ser enganadas”.
O médico disse que a doença, em certo ponto, “prepara” o enfermo para a própria morte. “Todo mundo quer viver, tem força para viver, o problema é que a doença muitas vezes vai minando essas forças, e quando você tem uma morte que se segue de uma doença, ela te prepara para esse momento. Uma doença grave que evolui, lhe deixa enfraquecido, chega um ponto que você simplesmente perde as forças, você para de reagir, por isso a gente não tem que ter medo da morte”.
Ele refletiu, ainda, sobre a morte provocada por um ato violento e aquela causada por uma enfermidade. “Se for uma morte violenta, por tiro, por exemplo, ela é rápida. Mas se for uma morte que vier devagar, for uma doença, a doença vai te preparar, você vai aceitando queira ou não queira porque vai impondo o ritmo que é a evolução natural da doença, da morte”.
A gente tem que entender que a única certeza que temos é que a morte vai acontecer, então não temos que ter medo dela. Eu acho que não tenho medo de morrer.