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A primeira semana do segundo turno em Alagoas foi marcada por poucas atividades de campanha nas ruas e muitas discussões internas dos grupos visando à ampliação das alianças. Quem saiu na frente nos novos apoios foi o governador e candidato à reeleição Paulo Dantas (MDB), que recebeu declaração de voto de mais prefeitos e do ex-prefeito Rui Palmeira (PSD), que disputou o governo.
Rodrigo Cunha, do União Brasil, por outro lado, colecionou problemas, com direito a protesto de bandeirinhas cobrando pagamento do trabalho realizado no primeiro turno. Até essa sexta-feira (7), ele não havia anunciado reforços na campanha.
Pessoalmente, os candidatos ao governo intensificaram, desde a segunda-feira (3), o diálogo com candidatos vencedores ou não nestas eleições visando à ampliação das alianças de que necessitam neste segundo turno. Dantas anunciou que recebeu apoio de nove novos prefeitos, sendo a maioria do PSD.
São eles: Adriano Barros (Joaquim Gomes), Leandro Silva (Junqueiro), Erivaldo Mandu (Mata Grande), Lívia Carla (Barra de Santo Antônio), Klinger Quirino (São Brás), Cícero Cardoso (Pindoba), Marcos Silva (Messias), Josias Soares (Minador do Negrão) e Arthur Freitas (Santana do Mundaú). O deputado estadual eleito, André Silva (Republicanos), irmão do prefeito de Junqueiro, também declarou voto em Dantas.
Nessa quinta-feira (6), Rui Palmeira gravou um vídeo no qual se posiciona pelo voto no atual governador neste segundo turno, deixando claro que ficará vigilante e terá um olhar crítico às ações do governo.
“Meu maior compromisso é com Alagoas, e não posso deixar de me manifestar nesse momento. Reconheço os avanços que tivemos nos últimos anos, quero que os bons programas e projetos continuem e que o governo avance no combate à pobreza. Portanto, não é hora de arriscar perder o que vem sendo construído. Declaro o meu apoio ao governador Paulo Dantas nesse 2º turno. E reafirmo que estarei aqui, com olhar crítico e voz independente, para ajudar nosso estado de Alagoas a seguir em frente”, postou Rui.
Dantas também retomou a campanha de rua, participou de uma série de reuniões com a equipe de coordenação de campanha e aliados, além de ter viajado a São Paulo onde se encontrou com o ex-presidente Lula, reforçando seu apoio à candidatura do petista à Presidência.
O coordenador da campanha da coligação Alagoas Daqui pra Melhor, Marcius Beltrão, informou que os contatos estão sendo feitos pelo próprio governador. Os alvos, claro, são os candidatos ao governo, mas ele estaria focado nas tratativas com os vencedores da eleição proporcional e àqueles que obtiveram boa votação e que são lideranças que podem contribuir com a futura gestão.
“A meta é abrir um leque de apoios muito maior neste segundo turno. Por enquanto, tudo está no campo do diálogo e nenhuma decisão foi tomada. O governador Paulo está tratando diretamente destes contratos e conversando com algumas lideranças que foram candidatos vencedores e que não foram também. Os anúncios serão feitos posteriormente. Todos as pessoas, grupos e segmentos são importantes neste momento”.
Beltrão adianta que a intenção é estabelecer um projeto de governo com a maior participação possível da sociedade. “O candidato Paulo tem total interesse em dialogar com todas as pessoas que, no entendimento do grupo, pode atuar na gestão e contribuir para o desenvolvimento do Estado. Ele está aberto para quaisquer conversas no sentido de incluir qualquer ideia proposta que some com o projeto de governo atual”, destacou o coordenador.
Já Rodrigo Cunha se limitou a reassumir o mandato de senador em Brasília – ele estava de licença. Com seu retorno, Eudócia Caldas volta à condição de suplente. No Senado, Cunha fez um discurso agradecendo rapidamente os votos recebidos no dia 2 de outubro e pedindo a apuração de denúncia contra o presidente da Assembleia Legislativa de Alagoas, Marcelo Victor (MDB).
Ao longo da semana, a campanha dele teve que lidar com polêmicas. Um grupo de bandeirinhas se concentrou em frente ao comitê, no bairro de Jatiúca, em Maceió, para cobrar pagamento do trabalho realizado no primeiro turno. A empresa responsável e que foi contratada pelo senador negou o calote.
A estratégia comum das duas chapas para o governo é fazer contato com todos os grupos políticos e buscar o entendimento. A prioridade, claro, é conversar com os candidatos na majoritária que não avançaram no pleito. A preferência do senador Collor (PTB) é uma das mais cobiçadas pelos que estão na disputa. Já Rodrigo Cunha reservou o começo da semana para avaliar o desempenho nas urnas, iniciar as tratativas para ampliar as alianças e para organizar a estratégia a ser adotada para tentar reverter a vantagem do adversário nas urnas. O candidato do União Brasil ficou em segundo lugar com pouco mais de 400 mil votos, o equivalente a 26% dos votos válidos.
As conversas com candidatos e figuras com influência política também aconteceram – e continuam acontecendo. Os que disputaram o governo e o Legislativo são os primeiros da lista para tentar abrir o diálogo, mesmo sabendo que a decisão final vai depender da conjuntura, dos pedidos a serem feitos e dos representantes dos partidos.